Monday, March 13, 2006

O furto, um sintoma social!

O código penal nos motra a diferença entre crimes de amor e crimes premeditados, ou como nos diz Camus " Há crimes de paixão e crimes de lógica. O código Penal distingue um do outro, bastante comodamente, pela premeditação". A convivência com a criminalidade nos faz muitas vezes compreender de maneira mais distinta os problemas que esse ato pode representar na vida das pessoas. Camus, nos diz que a premeditação é o que destingue os "crimes de paixão e de lógica", mas vejo que até mesmo o crime de lógica pode ser algo demasiado complicado de julgar.
A grande questão de tocar neste assunto, é o interesse em compreender a mente humana. Em todos os jornais vemos manchetes e mais manchetes sobres crimes das formas mais variadas possível. Não quero aqui fazer um texto em defesa da criminalidade, mas entender porque algumas pessoas vão para esse mundo violênto, difícil e sem um futuro certo!
Certa vez um aluno me contou sobre seus anos na casa de detenção, e porque foi parar foi condenado. Fiquei muito supreso em ver em suas palavras, uma tentativa de se enquadrar nos padrões sociais, coisa muito dificíl para um ex-detento. Mas o que mais me chamou a tenção, foi o fato de dizer que o indivíduo procurou o crime porque gostaria de ter bens materiais, como carros, motos e relevantes, como não tinha condições de comprar, vendo no crime uma forma de conseguir a realização de seus sonhos.
É comum nas periferías das grandes cidade o interesse de jovens por carros e motos, bens materiais que lhes dão um Status, conseguindo garotas, se destacando em sua quebrada. Porém, bens como estes citados acima não são baratos, dificultando muito a compra.
Ohamos para a televisão, ao nosso redor, e vemos um mundo que a cada momento esstá nos dizendo que devemos consumir mais, que vc deve procurar ter sempre um celular mais moderno, uma roupa da moda, um tenis com molas, mesmo sendo produtos caros, as pessoas procuram usar esse tipo de produto, para se inserir de maneira efetiva nos padrões socias vigentes, e aquele que não tem condições de ter esses produtos? Mesmo a sociedade dizendo a cada dia que passa que ele deve consumir mais e mais, como esse individuo vai conseguir uma forma de fazer parte do jogo do capital?
Com certeza o crime é uma das fugas mais comuns, sendo um caminho facil para muitos jovens entregues a um futuro incerto, fazendo o papel de cães nesse palco social. O ladrão pode ser então a vítima, pois um Estado que não lhe oferece um futuro digno, mas lhe diz que deve ter isso, deve ter aquilo, e não dá oportunidades iguais para todos, acaba jogando de maneira ilegal o destino da vida de algumas pessoas. O ladrão é uma vítima do Estado? Pode ser que sim, mas de uma coisa eu tenho certeza, ele é somente a febre de uma gripe, ou seja, um dos sintomas de uma doença tão comum em uma sociedade mediocre como a nossa.

3 Comments:

Blogger Unknown said...

Muito bem escrito Droopy.

Só não concordo com uma afirmativa, no finalzinho do texto, quando diz que o Estado não oferece um futuro digno e diz que deve ter isso e aquilo.

O Estado realmente não oferece um futuro digno, mas quem diz que deve ter isso ou aquilo é a própria sociedade e os meios de comunicação. Infelizmente a publicidade atingiu tal nível de perfeição que as pessoas ao menos pensam antes de comprar. Triste.

Abraço.

2:38 PM  
Blogger Robson Assis said...

Não, para mim, não é publicidade.

Os vícios que todo moleque do Capão costuma ter não estão na propaganda cheia de mulatas da Brahma ou naquele cara em cima do cavalo, durante um pôr do sol, no comercial da Marlboro. Estão na galerinha da novela que fuma e no acústico do Zeca Pagodinho, onde fica "evidente" que beber cerveja e cantar um pagode traz muita mulher.

Os bens também são plantados por meios de comunicação, mas nunca diretamente com o cara que vê a TV, ou a propaganda na rua.

A maldade mesmo está em televisionar para gente sem condição uma vida cheia de status quo e que de tão fantasiosa chega a ser rídicula para quem sabe que a vida não é feita só daquilo.

Aos outros, resta ostentar.

A publicidade interfere na classe média, na quebrada não.

Abraço,
Ótimo texto, Droopy

4:59 PM  
Blogger Mirian Pulga said...

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11:52 AM  

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